Friday, March 23, 2007

min-saude.pt II

Verifica-se que este site não cumpre algumas das directrizes de prioridade 1, no que à acessibilidade diz respeito: a grande maioria das imagens não tem o atributo “alt”, sendo que em alguns casos são links, cabeçalhos e imagens identificativas de uma área ou função do site. Verifica-se ainda a existência se scripts, nomeadamente relacionados com a pesquisa, o que pode dificultar o acesso à informação.

Mas há pontos positivos a acrescentar. Apesar de tudo nota-se que existiu uma preocupação de base com as questões da acessibilidade. Por exemplo, na área referente às listas de espera para cirurgia encontramos alguns gráficos que não só têm o atributo “ALT”, como também têm uma descrição mais detalhada com o atributo “LONGDESC” (que foi encontrado através de uma análise do código fonte).

Há então uma incoerência. Enquanto existe uma preocupação de fundo em tornar este site acessível, por outro, não se cumprem directrizes de prioridade 1.

Isto porque por exemplo na primeira página o mesmo tipo de elementos era têm uma descrição textual, ora não têm qualquer outro modo se serem identificados senão visualmente.

Uma das regras de acessibilidade prioritárias é que nenhuma informação deve ser fornecida unicamente pela cor, de tal modo que se um utilizador não conseguir ver ou identificar correctamente a cor, isso não prejudique a navegação no site, nem a recepção da informação. No caso deste site esse problema não se coloca, uma vez que a cor, embora presente, não é indispensável à descodificação da mensagem.

Contudo, do meu ponto de vista, o principal problema deste site, não diz respeito ao conteúdos e o modo como são apresentados, nem é sequer a inexistência de equivalentes textuais para algumas imagens, mas a organização do site.

É certo que se faz uso das CSS, basta abrirmos a vista de código para vermos as ligações às folhas de estilo. Contudo quando tiramos as folhas de estilo o que vemos é basicamente a mesma coisa. Não há alterações significativas na organização dos elementos na página. E isto é um bocado estranho, uma vez que são as CSS que conferem a organização visual dos elementos. Verifica-se então que toda a página está estruturada por tabelas. Assim sendo duas das directrizes de prioridade 1, não podem ser cumpridas: a identificação das linhas e colunas que constituem os cabeçalhos nas tabelas de dados; e nas tabelas com 2 ou mais níveis lógicos de linhas ou colunas de cabeçalhos usar notação para associar células de dados e células de cabeçalhos.

Isto porque as tabelas são meros elementos estruturadores da página e neste sentido não são usados do mesmo modo que habitualmente o são como tabelas de dados. Não há por isso, em muitos casos um nível lógico de leitura dessa tabela e desses dados.

De acordo com a análise automática há 131 tabelas com 626 células de dados e nenhuma célula de cabeçalho. Muito provavelmente nenhuma destas 131 tabelas são realmente tabelas de dados.

E o mais grave é que esta estruturação dos elementos prejudica a leitura da página. Após uma análise usando em simultâneo o Jaws e o Opera, verificou-se que não há uma leitura linear e organizada dos elementos, sendo que simplesmente se salta alguns deles, desaparecendo estes aos olhos de um qualquer utilizador que apenas os possa ouvir. A leitura da página verificou-se caótica.

Aliás a análise através da leitura de ecrã acabou por salientar o problema do cabeçalho ser constituído quase unicamente por imagens. Pura e simplesmente nada era lido no que ao cabeçalho diz respeito. O pior é que para navegar entre elementos há que usar atalhos do teclado (D), e que no caso o cabeçalho obrigava-nos a saltar de elemento em elemento durante bastante tempo, sem que nenhum desses elementos tivesse qualquer informação. Obrigando a que se perdesse muito tempo até se alcançar alguma informação significativa.

Outra questão positiva é a linguagem, sendo que se utiliza, em geral, uma linguagem adequada ao público-alvo.

Com a análise automática verificou-se que as minhas suposições, provenientes da análise manual, estavam erradas, e de facto o menu superior é problemático. Embora o menu drop down possa ser feito em dreamweaver, não é o caso deste, e o que acontece que é este é totalmente ignorado pelos programas de leitura de ecrã.

Ainda quanto à organização da página, o facto de estar estruturada por tabelas conduz ao incumprimento de outras directrizes, nomeadamente de prioridade 2. É o caso do uso de elementos html para controlar os elementos e as propriedades de apresentação.

Do mesmo modo não se utilizam elementos html para demonstrar a estrutura da página, nomeadamente elementos cabeçalho, h1, h2, etc.

Outro problema na estruturação e apresentação dos elementos é o uso de valores absolutos, em lugar de relativos. Usando-se valores absolutos, (in/cm/mm/px) no html e nas CSS.

Um outro problema é os formulários não terem rótulos associados, através do atributo “LABEL”. Isto pode tornar os formulários impossíveis de usar por quem não os vê. Do mesmo modo também não existem rótulos para os controlos.

Há ainda problemas quanto à validação das tecnologias usadas. O facto de se utilizar uma versão antiga e obsoleta do html faz com que esta tecnologia não seja aprovada pelo W3C. Consequentemente alguma da notação utilizada seja obsoleta.

A ferramenta de validação da CSS também apresenta este código como parcialmente errado, apresentado um conjunto de avisos tendo como principal preocupação a legibilidade dos elementos, e especialmente relacionados com as combinações de cores e destas com o fundo.

Dever-se-ia ainda ter validado o site de acordo com uma gramática formal publicada (DTD).

Monday, March 12, 2007

min-saude.pt I

A informação é uma das necessidades do ser humano. Como poderíamos sobreviver sem comunicar? Sem acesso à informação?

Assim, se é função de um governo promover os direitos de cada um dos cidadãos, é sua obrigação não esquecer que o direito à informação é um desses direitos.

A Resolução do Conselho de Ministros nº 135/2002, de 20 de Novembro, definiu o novo enquadramento institucional da actividade do governo no que á sociedade da informação diz respeito. Assim compete à agência nacional para a sociedade do conhecimento promover o acesso à informação por parte de todos os cidadãos.

Este acesso há informação diz respeito a medidas como a difusão da banda larga, que se pretende que chegue ao lar de todos os portugueses, mas também à inclusão de cidadãos com necessidades especiais.

A Internet pode representar simultaneamente um elemento facilitador do acesso à informação a cidadãos com necessidades especiais, como uma barreira ao acesso dessa informação, tudo depende de nós – profissionais da comunicação. Há por isso que ter em consideração algumas regras básicas de acessibilidade na concepção e construção de espaços na web, nomeadamente as directrizes do consórcio do W3C.

No sentido de verificar de que modo estão a ser aplicadas as medidas governamentais no sentido de tornar os sites da administração pública acessíveis, e de perceber de que modo se pode tornar o design web mais inclusivo, procedeu-se à analise do site do ministério da saúde:

http://www.min-saude.pt/portal.

Em primeiro lugar, e se me permitem a observação, o site do ministério da saúde, de entre os sites dos diversos ministérios é um dos mais agradáveis do ponto de vista visual, organizados e fáceis de navegar (o que não significa que cumpra sequer todas as regras de usabilidade). Mas será este site ACESSÍVEL?

O primeiro aspecto sobre o qual coloco algumas dúvidas é o menu. O facto do menu ser drop down pode levantar alguns problemas de acessibilidade, embora neste caso não sejam tão graves uma vez que não se trata de um menu em flash (que em programas de leitura de ecrã seria totalmente invisível). Contudo neste caso o menu não é problemático, uma vez que desce imediatamente quando passamos o rato sobre ele, e poderia ser feita a sua leitura vertical por programas de leitura.

Quando se fala em questões de acessibilidade há que ter em conta que para alguns utilizadores só o código é visível. De tal modo que uma das directrizes de prioridade 1, do W3C, seja o fornecer conteúdo equivalente ao disponível de modo visual ou sonoro. Olhamos para o cabeçalho do site do Ministério da Saúde e imediatamente nos apercebemos de que esta, uma das regras fundamentais de acessibilidade foi quebrada. Temos uma indicação do país, o nome e a bandeira, que são uma imagem e não têm qualquer equivalente textual. E o mesmo acontece com os restantes elementos do cabeçalho, sendo que a única indicação que recebemos com o atributo ALT é o URL do site para o qual parte da imagem é link. Temos inclusive um motor de pesquisa cuja indicação é uma imagem, sem equivalente textual e mesmo o ícone de pesquisa e o link para pesquisa avançada, nada mais indicam, a utilizador que não possa ver as imagens, que o URL da página a que ligam, e que não é de todo ilustrativo da sua função.

E a inexistência de equivalente textual para as imagens se repete ao longo da página. Nenhumas das fotografias da página inicial têm atributo ALT ou LONGDESC.

Outro ponto criticável é o uso de uma imagem – um quadrado cinzento com uma seta – como link para o texto integral dos destaques da primeira página. Este elemento é fundamental para que o utilizador possa aceder àquela informação e para quem não vê o quadrado, mais uma vez a única indicação é o URL. No caso, por exemplo, de uma pessoa, que por algum problema, não receba as imagens, nem sequer se apercebe de que existe um link para a leitura integral daquele texto.

O mais grave é que isto acontece com elementos fundamentais para a navegação no site como por exemplo nos cabeçalhos da informação do lado direito, que são também eles imagens. E de acordo com a análise automática do programa Hera a inexistência de equivalente textual para imagens repete-se, havendo ao longo do site 146 imagens sem textos alternativos.

Com esta questão está também relacionada a necessidade de não utilizar scripts ou outros objectos programáveis, mas sobretudo que a sua não activação não prejudique o acesso ao conteúdo. Contudo alguns links do site são activados por script, o que poderá levar a que não se possa ir para essa páginas.

Por outro lado os criadores deste site tiveram a percepção de que nem toda a gente consegue ler as letras no tamanho apresentado no site – realmente muito pequenas. De tal modo que disponibilizaram uma opção para aumentar o tamanho de letra. Contudo esta opção acaba por não ter grande vantagem para as pessoas que realmente vêm mal, uma vez que a alteração no tamanho do texto não é muito significativa. Mesmo assim é de louvar que tenham tido em atenção esta questão.

(continua)

Monday, March 5, 2007

Inicio

Este espaço é dedicado a ergonomia de aplicações multimedia, cadeira do último ano de jornalismo e ciências da comunicação, da vertente de comunciação multimedia, da Universidade do Porto. E este tecto pertende acolher artigos sobre as questões de ergonomia, críticas de colegas de turma a esses mesmo artigos e apontamentos do projecto a desenvolver no âmbito da ergonomia aplicada à multimedia.
Considero este espaço oficialmente inaugurado...